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Filosofia antiga, medieval, moderna e contemporâne

Filosofia antiga, medieval, moderna e contemporâne

Filosofia Antiga

Surge como uma nova forma de pensar e ver o mundo

     A Filosofia Antiga abrange um período em que os pensadores gregos viviam em busca constante pela sabedoria. Seu surgimento ocorreu no século VII a.C e perdurou até a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C

     O termo filosofia advém do grego e tem como significado “amor ao conhecimento”. O início desse campo do saber deu-se com diversos questionamentos acerca da mentalidade humana e tinham suas explicações baseadas, especialmente, na religião e na mitologia grega. Somente com o passar do tempo, a razão e a lógica começaram a ganhar espaço entre os intelectuais, dando início então a ciência que conhecemos atualmente.

Contexto histórico

     A Filosofia Antiga originou-se na Grécia, região da Jônia, onde hoje localiza-se a Turquia. No início do século VII, as cidades desta região tinham o comércio aquecido pelas embarcações que traziam mercadorias através do Mar Mediterrâneo. Essa movimentação provocava uma grande concentração de intelectuais, que costumavam expor suas reflexões.

     Os três primeiros filósofos do período surgiram na cidade de Mileto: Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Eles se destacaram com as explicações voltadas para o surgimento do universo a partir da racionalidade, contrapondo-se às aos mitos. Ou seja, apresentavam uma teoria cosmológica. A busca por respostas desses pensamentos filosóficos acabou resultando na divisão de três períodos distintos da Filosofia Antiga. 

 

Períodos da Filosofia Antiga 

  • Período Pré-Socrático (século VII ao século V a.C): primeiro período da Filosofia Antiga, também conhecido como cosmológico, reúne as teorias apresentadas pelos primeiros filósofos do Ocidente. Cronologicamente antecedem as ideias propostas por Sócrates (como o nome sugere), um dos maiores nomes da Filosofia Clássica e quem posteriormente mudou o rumo da ciência com seus pensamentos humanistas.

     Nessa fase da Filosofia Antiga, os filósofos tinham os mesmos objetivos: descobrir a verdadeira origem do universo utilizando como base a observação da natureza. Tales de Mileto consagrou-se como o primeiro filósofo com a suposição de que a água era o princípio de tudo

      Anaximandro também adotou a observação empírica da natureza e defendeu a ideia de que a origem de tudo estava contido em um elemento infinito e indeterminado, denominado por ele como ápeiron. Já Anaxímenes elegeu o ar como a causa material do mundo. 

  • Período Socrático (séculos V a IV a.C.): o segundo período da Filosofia Antiga também pode ser conhecido como período clássico ou antropológico. Nesta fase, os pensamentos envolvem questões relacionadas ao ser humano. De forma mais sistemática, assuntos que envolviam a ética e a política eram predominantes. Foi durante essa época, na Grécia, que se estabeleceu o conceito de democracia e que Sócrates, Platão e Aristóteles surgiram na história da Filosofia Antiga.

     Sócrates: consagrado o patrono da Filosofia, sustentava a ideia de que para conhecer a natureza e persuadir sobre os outros, era preciso conhecer a si mesmo. Além do autoconhecimento, suas teorias tinham como propósito levar às pessoas sabedoria e a prática do bem. 

     Platão: discípulo de Sócrates, também se destaca entre os filósofos gregos por suas teorias idealistas. Para Platão, as ideias pensadas por nós são formuladas a partir do que sentimos, vemos, ouvimos ou tocamos e estão “guardadas” em um mundo intelegível. Sendo assim, na sua concepção, por trás da realidade material existe uma realidade abstrata e por isso quanto mais pensada for a ideia, mais chances se tem de concretizá-la.

     Aristóteles: suas contundentes argumentações serviram de base para o pensamento lógico e científico. Entre suas ideias mais marcantes estão a democracia como a forma mais justa de se governar; a ética guiada pela prudência e moderação; e o empirismo, o conhecimento surge baseado nas experiências.

  • Período Helenístico (séculos IV a.C. a VI d.C.): o ultimo período da Filosofia Antiga foi marcado pela expansão das cultura grega em toda a região do mediterrâneo e o surgimento da civilização romana. Os temas relacionados à natureza e ao homem prevalecem e a ênfase é dada pelas diferentes formas de busca pela felicidade. Destacaram-se na época os seguintes pensadores: Epicuro, Aristóteles e Zenão de Cítio.

 

Principais escolas do período

     Foram muitos e diferentes pensamentos na época da Filosofia Antiga. Com tantas vertentes de raciocínio, algumas destacaram-se mais do que outras. Entre as principais escolas estão:

Platonismo – corrente filosófica baseada em Platão (427 à 347 a.C.). A escola reúne as principais teorias do filósofo como: metafísica, retórica, ética, estética, lógica, política, dialética e da dualidade (corpo e alma).

Aristotelianismo – escola baseada nos ensinamentos filosóficos de Aristóteles (384 à 322 a.C.) e teve destaque em segmentos como: física, antropologia, lógica, biologia, etc. 

Estoicismo – escola pertencente ao período helenístico, seguindo os ideais de Zenão de Cítio. A característica principal dessa corrente é a argumentação baseada em um paradoxo, ou seja, sem saída para que o sentido de um texto se possa fixar.

 

A escola estoica teve forte influência na Civilização Romana

     O Estoicismo é uma escola de filosofia datada de 2300 anos. Os estoicos ensinam como viver uma boa vida, a partir de ações práticas e mentais como, manter o foco nas coisas que podem ser controladas. As ideias difundidas por essa escola filosófica ajudam a lidar com o estresse e a ansiedade, tratar a insegurança, indisposição, cansaço, sentimentos e sensações de negatividade. Quem pratica o estoicismo também aprende a manter o autocontrole, independentemente da situação, pois com uma mente calma, focada no que pode ser feito, é possível atravessar qualquer circunstância. 

     Um outro ponto importante dessa corrente filosófica é que os estoicos valorizam muito mais as ações do que as palavras e não fazem distinção social. A sua preocupação está em coisas que realmente importam como, por exemplo, as adversidades do dia a dia, as emoções negativas, os desafios enfrentados no cotidiano e principalmente em como trabalhar o cérebro para que ele reaja de forma racional a isso tudo. Por tratar de questões atemporais, essa é uma filosofia que é valorizada até hoje. 

Origem do Estoicismo

Essa doutrina surgiu na Grécia Antiga, no século IV a.C, durante o período helenístico (III e II a.C). Baseado nas leis da natureza, o estoicismo foi fundado pelo filósofo grego Zenão de Cítio ou Zênon de Cítion (333 a.C – 263 a.C), e perdurou até III d.C, espalhando-se não só pela Grécia mas em Roma também.

Epicurismo – baseado nos ideiais de Epicuro (341 à 270 a.C.), acreditava que a filosofia poderia levar o indivíduo à felicidade, através da libertação de tudo que o incomoda.

Ceticismo – corrente filosófica iniciada por Pirro de Élis (360 à 270 a.C.), seguia o princípio de que sem julgamentos era possível o ser humano encontrar a felicidade.

Cinismo – escola filosófica influenciada a partir da teoria de Antístenes (445 à 365 a.C.), que valorizava a vida simples, desprezando os bens materiais e os prazeres como fama, poder e riqueza, pois é isso que fundamenta a existência do homem.

 

Filosofia Medieval

 

O poder da Igreja na estruturação do pensar filosófico na Idade Média

     O termo filosofia medieval diz respeito às produções filosóficas desenvolvidos durante a Idade Média. Nesse período histórico, observamos uma articulação incomum de pensar nos dias atuais: consciência cristã e razão filosófica. No período compreendido entre os séculos V e XV, a produção filosófica é marcada pelo sincretismo realizado entre os ideais cristãos e a filosofia antiga. Não é sem razão que os principais filósofos desse período são pessoas ligadas à Igreja. 

     Essa característica é justificada pelo poder exercido pela instituição durante a Idade Média. Vale lembrar que esse período foi marcado pela expansão e fortalecimento da Igreja, que exercia poder não somente nas dimensões espirituais, mas principalmente nas esferas econômicas e políticas. Não se esqueça que foi ela quem organizou as Cruzadas à Terra Santa e que tinha o poder de coroar os reis. Nesse período, os integrantes da filosofia medieval buscavam, por meio da razão, explicações para os ideais cristãos. 

 

As divisões da filosofia medieval

     Ainda que tenha sido um período marcado pela utilização de conceitos e discussões da filosofia clássica para explicação, desenvolvimento e compreensão das doutrinas cristãs, o pensamento estruturado durante a filosofia medieval não se manteve uníssono durante toda a Idade Média. Por essa razão, é possível identificar diferentes vertentes filosóficas que constituem esse período. São elas: a filosofia patrística e a filosofia escolástica. 

 

Filosofia Patrística 

 

     A filosofia patrística foi desenvolvida entre os séculos IV e VIII. Os intelectuais que integram essa vertente da filosofia medieval foram fortemente influenciados pelo pensamento de Platão. Na verdade, eles acreditavam ser possível fazer uma associação entre as ideias do filósofo e a Palavra de Deus. Por isso, eles adaptavam seus ensinamentos àquilo que era pregado pelo cristianismo.

     Com bases nos conceitos e discussões realizadas pela filosofia grega, os integrantes da filosofia patrística elaboravam explicações para temas cristãos, como a imortalidade da alma, a existência de um único Deus e sua representação como a Santíssima Trindade (pai, filho e espírito santo). Vale ressaltar que o nome filosofia patrística está diretamente relacionado com o título das figuras que produziam conhecimento filosófico nesse momento: os “Padres da Igreja” (Pater, em latim).

     A filosofia patrística corresponde ao momento inicial de desenvolvimento da filosofia medieval, propriamente dita. Nesse momento, o cristianismo ainda se encontra bem localizado no Oriente, ainda que tenha iniciado o processo de expansão pelo continente europeu. Santo Agostinho de Hipona, Irineu de Lyon, Santo Inácio de Antioquia, São João Crisóstomo e Santo Ambrósio de Milão são alguns nomes de destaque desse período. 

 

Filosofia Escolástica 

     Essa fase de desenvolvimento da filosofia medieval compreende o período entre os séculos IX e XVI. Nesse período, são as reflexões empreendidas por Aristóteles que servirão de base para os filósofos. Agora eles voltam suas atenções para explicar questões religiosas, como a existência de Deus, da alma humana e da imortalidade. É nesse momento que São Tomás de Aquino publica a "Summa Teológica", obra onde apresenta evidências de que Deus existe. 

     Outra questão central para os filósofos dessa fase da filosofia medieval é combater tudo àquilo que se opõe à fé cristã: o paganismo, a heresia e a não aceitação de Deus. Além de Tomás de Aquino, que chegou a dar aulas na Universidade de Paris, são nomes importantes do período Bernardo de Claraval, Pedro Abelardo, Guilherme de Ockham e João Duns Escoto. 

 

Antecedentes da filosofia medieval 

     Antes do início da Idade Média, já haviam cristãos que tentavam conciliar os conhecimentos religiosos ou de fé com a filosofia grega. Alguns autores, inclusive, consideram que este movimento seja considerado parte da filosofia medieval, ainda que tenha sido iniciado séculos antes da queda do Império Romano do Ocidente, fato que marca o início do período medieval. 

     Nesse contexto, destaca-se as filosofias dos Padres Apostólicos e dos Padres Apologistas. A primeira vertente teve lugar entre os séculos I e II, no período imediatamente posterior à morte de Jesus Cristo. Neste momento, os filósofos estão empenhados em propagar os ensinamentos deixados pelo Messias. O principal representante desse período é Paulo de Tarso, o Apóstolo Paulo, cujos textos integram o Novo Testamento

     A filosofia dos Padres Apologistas é marcada pela defesa ou enaltecimento da fé cristã. Eles defendiam o cristianismo como uma prática filosófica superior ao pensamento estruturado pelos filósofos greco-romanos. Para isso, eles precisavam estabelecer aproximações entre a filosofia clássica e o pensamento estruturado pela doutrina religiosa. Justino Mártir, Orígenes de Alexandria e Tertuliano são nomes de destaque desse período. 

 

Filosofia Moderna

 

Contexto Histórico e características do período

     A Filosofia Moderna é uma corrente ideológica que surgiu no século XV e prevaleceu até o século XVIII, marcando uma mudança de pensamento medieval - que até então era voltado à fé cristã - para a reflexão em torno do conhecimento humano e valorização da razão.

     O início do pensamento moderno se deu com os filósofos René Descartes e Galileu Galilei, deixando para trás as ideias aristotélicas e abrindo caminhos para a possibilidade de explicações pautadas na ciência. Diante desse contexto, o final da Idade Média trouxe consigo muitas descobertas científicas e também grandes transformações culturais na Europa, provocando intensa repercussão no meio artístico e em outros campos do saber.

     Nesse momento, apesar de muitas características clássicas do período medieval terem sido preservadas, surgiram novos paradigmas, como, por exemplo, a ideia do homem como centro do universo - antropocentrismo. Assim, pode-se dizer que as novas formas de pensar desenvolvidas a partir do Renascimento e difundidas pelo Humanismo colaboraram então para a consolidação do período conhecido como Filosofia Moderna.

 

Escolas da Filosofia Moderna

     A Filosofia Moderna destacou-se por diversas características e escolas e, por isso, foi organizada a partir de correntes filosóficas que abordaram temas de mais destaque na época, como o Racionalismo e o Empirismo. 

     A primeira corrente ganhou força a partir dos ideais difundidos pelos filósofos René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz. Para os racionalistas, o conhecimento verdadeiro era aquele obtido a partir da racionalidade, devendo eliminar tudo que se aprende a partir das experiências.

     Já a segunda corrente filosófica defendia uma ideia contrária ao racionalismo, seguindo a concepção de que a experiência prática era a chave para a construção do conhecimento. Quanto mais intensa e rica fosse essa vivência, maior e mais profundo seria esse aprendizado. Os filósofos que impulsionaram essa corrente foram Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.

     Vale destacar que durante a modernidade essa discussão entre racionalistas e empiristas contribuiu para que surgisse uma busca pela verdade absoluta e final. E alinhado com o dogmatismo está o ceticismo que, para estudiosos, é uma das características relevantes da Filosofia Moderna, pois entre os filósofos do período questionavam-se tudo que lhes eram apresentados. 

 

Filosofia Moderna no Enem

     Há muitos conceitos e acontecimentos históricos que envolvem o período da Filosofia Moderna. Não é à toa que o assunto é recorrente nas provas de vestibular e ENEM. A diminuição da influência da igreja e as novas descobertas em diferentes áreas do conhecimento, além da transição de pensamento valorizando a razão, influenciaram as relações sociais e econômicas da época.

     Diante desse contexto, as provas de processos seletivos costumam abordar o tema de maneira contextualizada com outros assuntos, e pode exigir do candidato uma compreensão sobre as correntes racionalistas e empiristas, assim como os pensadores que mais se destacaram. Conheça a seguir os cinco filósofos do período que mais são cobrados no ENEM.

 

Principais filósofos

 

     René Descartes (1596-1650) – é o filósofo que mais cai no ENEM. Conhecido pela frase “penso, logo existo”, o pensador era cético quanto aos sentidos e valorizava o conhecimento dominado pela razão. Foi criador do método cartesiano, o qual seguia as regras da evidência, análise, ordem e enumeração. Descartes é considerado o “pai da filosofia moderna” e faz parte da corrente racionalista. 

   Thomas Hobbes (1588-1679) – empirista, defendia a ideia de que não existia representação mental e entendimento sem a prévia experiência. Era defensor da monarquia e acreditava que o ser humano era inclinado para o mal e, por isso, precisava de uma intervenção forte, aplicada por leis. Criador da frase “ o homem é o lobo do homem”, tinha em mente que o ser humano nutria uma necessidade de se livrar desse estado natural para então se relacionar socialmente.

     John Locke (1632-1704) – considerado um dos filósofos mais influentes da modernidade, John Locke defendia o empirismo e a liberdade individual, tornando-se precursor de muitas ideias apresentadas no Iluminismo francês no século XVII.

   David Hume (1711-1776) – tinha fortes argumentos céticos, o que causou grande repercussão na época. Chegou a ser acusado de heresia pela Igreja Católica e foi um grande crítico do racionalismo. Para ele, o conhecimento estava relacionado às impressões sensoriais, como a visão, o tato, a audição, olfato e o paladar, e as ideias que surgem na consciência.

    Jean Jacques Rousseau (1712-1778) – considerado um dos mais renomados pensadores do Iluminismo, Rousseau tinha uma tese de que o ser humano viveria melhor em seu estado natural, em liberdade. Era contrário aos ideais de Hobes e acreditava que as leis, o governo e a moral instituída na sociedade corrompia o homem.

 

Filosofia Contemporânea

 

Caracterizada pela crítica às estruturas racionais 

     A Filosofia Contemporânea teve início no início do século XIX e perdura até os dias atuais. Entre as características predominantes da filosofia contemporânea está a maneira de pensar racionalmente, característica da Idade Contemporânea que teve como marco a Revolução Francesa. 

     A era que começava após a Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo trouxe muitas mudanças sociais, políticas, econômicas e filosóficas. Além da Revolução Francesa, outros movimentos sociais nasciam. O feminismo avançava requisitando o direito ao voto, o socialismo e a as ciências naturais também se desenvolviam. 

     Nesse contexto, ainda estavam as transformações na sociedade, principalmente causada pelo êxodo rural, e os conflitos entre burguesia e proletariado. O cenário, caracterizado por várias divergências produziu um solo fértil para a criação de escolas filosóficas e para o surgimento de novas linhas de interesse e abordagem, entre elas estava a filosofia contemporânea. 

 

Contexto histórico da Filosofia Contemporânea

     A Filosofia Contemporânea só garantiu seu espaço nos séculos XIX e XX mas foi no século XVIII que ela foi tomando forma. Nesse período surgia um dos grandes conflitos políticos e sociais que causou um impacto em toda a Europa, a Revolução Francesa, uma revolta burguesa contra a monarquia. 

     Durante esse período o capitalismo estava se consolidando, gerando evidências de que esse modelo econômico produzia uma desigualdade social cada vez mais intensa. Inúmeras tecnologias foram criadas durante esse tempo, a eletricidade foi descoberta, o petróleo passou a ser utilizado como matéria-prima, o telefone foi criado e o automóvel se tornava um novo meio de comunicação. 


     Ao passo em que a tecnologia e a ciência avançavam, criando novas oportunidades de trabalho, as pessoas eram submetidas a jornadas de trabalho intensas e eram extremamente exploradas, ou em outras ocasiões substituídas por máquinas. Foi em cima desse contexto que as escolas filosóficas contemporâneas criaram suas concepções. 


     Havia progresso nos campos da ciência e da tecnologia, mas a sociedade não acompanhava esse desenvolvimento. Então, a filosofia contemporânea surge para consolidar o que ficou conhecido como “consciência de classe”, termo que se refere à reflexão sobre as lutas sociais. É válido lembrar que a filosofia contemporânea antecede a filosofia pós-moderna, que muitos autores acreditam que esta última foi assimilada pela primeira. 


Características da Filosofia Contemporânea

      A filosofia contemporânea também recebeu influências de correntes importantes como a da Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt. Entre os elementos que caracterizam essa concepção filosófica, podem ser citados: o positivismo, idealismo, racionalismo, pragmatismo, cientificismo, liberalismo, niilismo, utilitarismo, fenomenologia, pluralismo e a subjetividade.

    Duas grandes linhas de pensamento se estabeleceram dentre essas características, a primeira delas era o marxismo, do filósofo alemão Karl Marx, que pregava a luta de classes, e a segunda, o existencialismo, do filósofo francês Jean-Paul Sartre, que falava sobre a liberdade. 

   De um modo geral, a filosofia contemporânea tinha por objetivo produzir uma nova concepção de racionalidade. O pensamento filosófico moderno tinha a razão como uma ferramenta de emancipação intelectual através da reflexão.  

    A racionalidade deveria ser utilizada para que os homens dominassem sua natureza. Mas as discussões seguintes, provenientes da filosofia contemporânea desmitificaram esse pensamento. O domínio da razão não garantia que as pessoas agissem corretamente. Inclusive, o que se entendia como moralmente correto até o século XIX foi muito questionado, principalmente em contexto de mudanças sociais. Havia a necessidade de pensar novos arranjos para essa sociedade que surgia e que exigia uma outra filosofia moral e uma ética contemporânea.

 

Principais filósofos do período

     Friedrich Nietzsche: o filósofo e crítico cultural alemão do século XIX influenciou muitos teóricos e correntes filosóficas ainda no século XX, a exemplo do existencialismo e o pós-estruturalismo.


     Jean-Paul Sartre: filósofo e crítico francês, Sartre foi um dos grandes representantes do existencialismo, uma doutrina filosófica que surgiu na Europa e que era pautada na existência metafísica e na liberdade. 


     Hannah Arendt: filósofa política de origem judia alemã que foi perseguida pelo nazismo. Suas obras criticavam os regimes totalitários e a violência. 


    Martin Heidegger: filósofo alemão que contribuiu para o pensamento existencialista, estruturou uma crítica à técnica e desenvolveu um método novo de se chegar ao conhecimento a partir de uma nova estrutura filosófica.


     Simone de Beauvoir: escritora e filósofa feminista de origem francesa que elaborou as primeiras teorias sobre a condição feminina do século XX. 


     Theodor Adorno: teórico e sociólogo alemão, Adorno foi um dos grandes nomes da Escola de Frankfurt e um dos principais pensadores da teoria crítica. 


    Michel Foucault: o filósofo francês se destacou com seus estudos sobre a convivência humana, relações de poder, conhecimento e as ferramentas de controle social.