Material de aula para turma de Bacharel em Teologia
Profº Pr. Robson Ferreira
Definição:
Do grego leitourgía, que significa "serviço público", "obra do povo". No contexto cristão, refere-se à ordem, forma e elementos do culto comunitário a Deus.
Liturgia ≠ Tradição humana vazia
“A liturgia é o coração da vida da Igreja” (Romano Guardini)
Antigo Testamento: Êxodo 25–40 (tabernáculo, sacerdócio, rituais)
Êxodo 25–31 (instruções para o tabernáculo)
Levítico 23 (festas solenes)
Sábado Êx 31:13
A Páscoa Êx 12:1
Festa das colheitas ou Primícias Nm 28:26
Festa de Pentecoste ou das Semanas Lv 23:15
Festa das Trombetas ou Expiação Lv 16:30
Festa das cabanas ou Tabernáculos Nm 29:12
Também temos mais três festas instituídas pelas tradições judaicas, que são:
Festas das Luzes
Purim, que celebra o livramento do Povo dos Planos de Hamã. Ester 9:26
Rosh Rashaná
Salmo 100 (liturgia de adoração)
Novo Testamento:
Atos 2.42 – doutrina, comunhão, partir do pão, orações
Hebreus – Cristo como sumo sacerdote
Apocalipse – culto celestial (Ap 4-5)
Importância: A liturgia conecta a adoração da Igreja com a história da salvação.
Igreja Primitiva (séc. I–III):
Culto simples, centrado na Palavra e na Ceia
Influência judaica: salmos, leituras, orações
Século I – Igreja Primitiva
Liturgia doméstica (Atos 2:42-47)
Simplicidade, centralidade da Palavra, oração, ceia
Igreja Antiga (séc. IV–V):
Estrutura mais definida: Kyrie, Credo, Eucaristia
Introdução do calendário litúrgico
Século IV – Era Constantina
Formalização do culto
Entrada de símbolos, arquitetura sagrada
Idade Média:
Crescente ritualismo (missas em latim) Concentrada no clero
Menor participação do povo em sua maioria leigos pouco se faziam presentes.
Reforma Protestante (séc. XVI):
Lutero: simplificação, retorno à Bíblia
Calvino: ênfase na Palavra ela é o centro.
Anglicanismo: equilíbrio entre tradição e renovação
Participação congregacional
Tradução da Bíblia e liturgia em línguas vernáculas
Romanos 10:17 / 2 Timóteo 3:16
Atualidade, Século XX Movimento Pentecostal
Diversidade litúrgica (tradições históricas e movimentos contemporâneos)
Ênfase no Espírito Santo, louvor espontâneo, dons
Liturgia menos formal, mas intensa
Liturgia como expressão cultural e espiritual
Variedade litúrgica: tradicional, contemporânea, híbrida
Acesso digital e transmissão online
Abertura
Louvor / Música
Leitura da Palavra
Pregação
Oração
Sacramentos (Ceia / Batismo)
Oferta
Bênção / Envio
Obs: Cada tradição cristã pode incluir ou enfatizar partes diferentes.
Isaías 6:1-8 – (visão de Isaías: adoração, confissão, palavra, envio)
Atos 1:14; Filipenses 4:6
Ponto de comunhão com Deus e intercessão
João 4:23-24; Salmos 95:6
Reconhecimento da santidade e soberania de Deus
2 Timóteo 4:2; Hebreus 4:12
Leitura, pregação e ensino das Escrituras
Romanos 12:1; 2 Coríntios 9:6-8
Entrega pessoal, dízimos e ofertas como culto racional
Mateus 28:18-20; Atos 13:3
Liturgia termina com envio: a missão começa
Católica Romana: Missa, ritos sacramentais
Ortodoxa: Liturgia de São João Crisóstomo
Luterana: Liturgia tradicional com hinos
Reformada: Palavra e simplicidade
Pentecostal / Neopentecostal: Culto espontâneo, música e dons espirituais
Festas, festivais e épocas especiais do ano judaico faziam parte regular da adoração do SENHOR. Centravam-se, respectivamente, nos aspectos do ano lunar, em eventos agrícolas sazonais ou na lembrança de importantes momentos históricos e religiosos. A descrição e as prescrições bíblicas são gerais. Algumas festas e festivais sobreviveram e até assumiram mais significados no período intertestamentário.
Todas as festas continham certos elementos básicos em comum. Seu objetivo era fazer o povo se lembrar de que todas as áreas da vida são controladas pelo SENHOR e devem estar sujeitas a ele. Dois temas, a tristeza pelos pecados e a alegria no SENHOR, permeavam ao mesmo tempo todas as épocas especiais. Portanto, jejuar, lamentar e fazer sacrifícios pelo pecado eram açôes que acompanhavam festas, alegrias, o som de trombetas e as ofertas de ação de graças.
Dentre as principais épocas especiais ou festas, a mais frequente era o sábado. Todo o trabalho cessava no sétimo dia da semana. O tempo celebrava a obra criadora e o descanso de Deus. A observância do sábado também era sinal do relacionamento com o SENHOR na aliança. Por meio de Moisés, Deus disse: “Diga aos israelitas que guardem os meus sábados. Isso será um sinal entre mim e vocês, geração após geração, a fim de que saibam que eu sou o SENHOR, que os santifica” (Êx 31.13).
A Páscoa, a festa dos pães sem fermento (14° dia de nisã, final de março ou início de abril), durava sete dias (Êx 12.1—13,16; 23.15; 34.18, 25; LV 23.4-8; Nm 28.1605; Dt 16.14). Nela, Israel se lembrava de libertação do Egito e de toda a experiência no Êxodo. Apesar de ser uma das três festas de peregrinação da qual todos os homens eram obrigados a participar (de preferência, viajando a Jerusalém), era também uma festa de família. O fermento era removido das casas durante a festa; como lembrete da noite do livramento, só se comia pão sem fermento. A festa da Páscoa em si consistia em uma refeição especial com alimentos prescritos e a repetição dos acontecimentos do Êxodo, muitas vezes na forma de perguntas feitas por crianças e respostas de adultos. Outro fato importantíssimo, foi a nova instrução dada pelo Senhor Jesus cristo na Páscoa. Ele foi o cordeiro pascal, livrou da morte do pecado todo aquele que crê e confia nele, pois quem não crê, já está condenado. O Senhor Jesus deu um novo simbolismo para a Páscoa, comemorar em honra e memória dele, pois o vinho (sem fermento) é o sangue dele, derramado em favor de muitos (a nova aliança), e o pão também (sem fermento), é em memória do corpo dele. A data da Páscoa não mudou, mas seu simbolismo tem um outro significado na vida do que crê e é salvo.
Festa das Primícias ou Semanas, os israelitas deviam oferecer as primícias da colheita do último trigo da primavera na Terra Santa (Números 28:26; Deuteronômio 34:22). ~(Êxodo 34:22) “Comemorem a Festa da Colheita quando começarem a fazer a primeira colheita do trigo”.
O Pentecoste (a festa das Semanas) acontecia cinquenta dias após a Páscoa e sinalizava o fim da colheita de grãos e o início da época em que se ofereciam as primícias. Como outra festa de peregrinação, ela lhes dava a oportunidade de apresentar os dízimos de grãos e das primícias no santuário central (Êx 23.16; 34.22; LV 23.15-21; Nm 28.26-31; Dt 16.9-12). Outro fato importante que aconteceu no pentecoste, foi a descida do Espírito Santo nos apóstolos em Atos 2. Logo após o Senhor Jesus Cristo ressuscitar, cinquenta dias depois, o Senhor Deus cumpriu uma promessa feita pelo profeta Joel, (Jl 2:28-32).
A festa das Trombetas acontecia apenas dez dias antes da ocasião especial mais solene, o Yom Kipur, o Dia da Expiação (lit., “0 dia do perdão” ou “propiciação”) (LV 16; 23.26-32; 25.9). Acerca disso, o SENHOR disse: “Porquanto nesse dia se fará propiciação por vocês, para purificá-los” (LV 16.30). Eram oferecidos sacrifícios especiais. O dia incluía a cerimônia do bode expiatório ou do “bode para Azazel”: por sorteio, um dos dois bodes era escolhido para ser sacrificado como oferta pelo pecado e o outro, lançado no deserto (LV 16.7-10,15-22). Esse era o único dia do ano em que o sumo sacerdote, levando sangue primeiro para si mesmo e depois para o povo, entrava no Santo dos Santos. Outro fato importantíssimo, é o fato de se cumprir literalmente essa festa em Cristo Jesus. O livro de Hebreus, mais precisamente no capítulo nove (9), temos o relato desse cerimonial se cumprindo na vida de Cristo. Vale lembrar que todo o antigo, representava o que há de vir, ou seja, aquilo que viria à acontecer na vida do enviado do Senhor Deus, o seu Filho. O cerimonial israelita da expiação é substituído pela única oferenda do sangue de Cristo, que reabre para os homens o acesso a Deus. O bode expiatório que antes era enviado ao deserto levando os pecados de todos os israelitas, foi simbolizado por Cristo, pois o calvário (gólgota) era fora de Jerusalém. Cristo foi crucificado fora de Jerusalém, assim como o bode expiatório era enviado para o deserto, fora da congregação.
A terceira festa de peregrinação era a festa das Cabanas, que durava uma semana com outras observâncias sobre o oitavo dia (Ex 23.16; 34.22; 23.33-36,39-43; Nm 29.12-38; Dt 16.13-16). Para comemorar as peregrinações pelo deserto, todos os homens hebreus ficavam em tendas ou cabanas durante a semana, Eram observadas cerimônias especiais e oferecidos sacrifícios. Esse festival também marcava o fim da colheita.
Significa consagração ou dedicação. É comemorado em Dezembro, aproximadamente no dia 18/12. Os Macabeus, uma família de sacerdotes fazem uma revolta contra os selêucidas, pois profanaram o templo com imagem de zeus dentro do Templo. Além disso, os Macabeus lutavam contra o helenismo. A menorá ficou acesa por 8 dias. Não encontramos esta celebração no Antigo Testamento porque o fato que deu origem a esta festa ocorreu no ano 162 a.C. Em João 10:22, vemos o Senhor Jesus passeando no Templo na comemoração da Festa da Dedicação. Essa passagem é a única no Novo Testamento que se refere ao Chanucá.
É uma festa judaica que comemora a salvação dos judeus no tempo dos persas do plano de Hamã, para exterminá-los, no antigo Império Aquemênida tal como está escrito no Livro de Ester.
O Ano Novo judaico é o Dia do Julgamento, quando o Senhor Deus determina o destino de cada um para o ano que se inicia. Parte principal do serviço de Rosh Hashaná é o toque do shofar (trombeta) que desperta as pessoas para o arrependimento.
Rosh Hashaná é o aniversário do universo, o dia em que o Senhor Deus criou Adão e Eva, e é celebrado como o mais importante do ano judaico. Começa ao pôr do sol na véspera de 1º de Tishrei (18 de setembro de 2020) e termina após o anoitecer em 2 de Tishrei (20 de setembro de 2020).